O termo dança contemporânea emergiu entre as décadas de 1950 e 1960 nos Estados Unidos, originando-se da dança moderna, mas sem uma técnica única definida. Sua abordagem é tão ampla que não impõe limites a estilos de roupas, músicas, espaços ou movimentos, vivendo em contínua evolução. 

 

As danças afro-brasileiras compreendem um conjunto diversificado de estilos que se desenvolveram a partir da cultura negra, tanto de origem africana quanto local, presentes em todos os estados do Brasil, como samba, jongo, coco, axé, afoxé, lambada, zouk, capoeira, candombe, maracatu, umbingada, entre outros. 

 

Este conceito de Dança Afrocontemporânea Gaúcha é uma proposta que busca por uma manifestação artística que pode ou não depender de música, fundamentando-se nas harmonias e formas espaciais da cultura negra gaúcha. Esta dança representa a construção e recriação da história e identidade negra, utilizando temas relacionados à cultura, arte, religião e mitos dos orixás, refletindo a expressão do corpo negro no Rio Grande do Sul. Como dançarino e professor, minha prática de dança negra contemporânea busca honrar a resistência dos ancestrais em face do apagamento e embranquecimento da cultura negra gaúcha atual. 

 

Meus métodos de ensino e aprendizagem na Dança Afrocontemporânea Gaúcha se diferenciam por proporcionar ferramentas que abordam de forma criativa a construção social da contribuição negra ao estado, o estudo do movimento do corpo negro artístico e social, e a cultura religiosa negra gaúcha, não necessariamente nessa ordem.